estilhaços I
florestas sem música
1. O dia surge pesado de fatalidade.
Encosto a cara às vidraças da janela aprisionado em temores violentos:
Cinzenta como as nuvens sufocantes
A manhã traz-nos viúvas de negro a caminho da missa.
Sinto que algo me abandona, uma velha pele, um sonho do passado...
Como dizer esta tristeza?
Florestas sem música?
2. Bebo o café da manhã no silêncio da penumbra,
O domingo deslizando como lágrima de saudade.
3. Aplacada a agitação da noite pela água fria,
Espelhos de bruma reflectem-me ao infinito uma dor suave, suave.
Sublime momento do outono que escorre.
Vila Franca de Xira, Outubro de 1983
Adolfo Luxúria Canibal
Estilhaços / edições quasi
1 maniacs:
Caramba...
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