novembro 23, 2004

sand river


Autumn leaves
Beauty's got a hold on me
Autumn leaves
Pretty as can be

Everybody knows this time
Shadows are drifting in silence
Where lost can't be found
Everybody knows this time

We'll get by
Move it on let faith decide
And those water coloured memories
Soft as a summers breeze
You're as pretty as can be

Knowing now you'll never fake it
Whether my oceans divide
I'll try to understand this
But everybody knows this time

Autumn leaves
Beauty's got a hold on me
Autumn leaves
Pretty as can be
Everyone can see
Everyone except me

Autumn leaves
Beauty's got a hold on me
Autumn leaves
Pretty as can be
Pretty as can be


Beth Gibbons & Rustin Man

o sentimento de mim...


corpo cansado.
solidão, que me envelhece o olhar...
música, que me desperta a jovialidade...
Caminho sozinha, longe do meu abrigo... Procuro-te em meus braços. Atravesso a medo, o corredor da minha alma. E revejo-me. Revejo-me em cada passo que dou. Bem tento, mas não consigo alcançar aquele estado ébrio que em cada noite me perco. Sinto-me mais que sozinha. Sinto-me a agarrar cada vez com mais força esta escuridão que me anda a invadir. O negro volta a fazer parte do meu guarda-roupa e do meu espírito. Para quê fugir, quando sou eu que o procuro? Não vou mentir. O negro sempre me fascinou. E eu a ele, provavelmente. Tal é a vontade que tem em regrassar... Leio Al Berto e as letras dos Mão Morta. Tornou-se um hábito. Não! Mais que isso. É uma necessidade, tal como alimento em corpo faminto. Sacio-me. Saboreio as amargas palavras, tal poison ivy em meu leito. Por fim, com um sabor a fel nos meus lábios... adormeço.

\ao som de mellon collie, smashing pumpkins/

eu sou o anjo do desespero.
das minhas mãos distribuo a embriaguês,
a estupefacção,
o esquecimento,
gozo e tormento dos corpos.
meu discurso é o silêncio,
meu canto o grito.
à sombra das minhas asas
mora o terror.
minha esperança é o último suspiro.
minha esperança é a primeira batalha.
eu sou a faca com que o morto arromba o seu caixão.
eu sou aquele que será.
meu descolar é a sublevação,
meu céu
o abismo de amanhã.

MM/anjo do desespero

novembro 19, 2004



vestígios

noutros tempos
quando acreditávamos na existência da lua
foi-nos possível escrever poemas e
envenenávamo-nos boca a boca com o vidro moído
pelas salivas proibidas - noutros tempos
os dias corriam com a água e limpavam
os líquenes das imundas máscaras

hoje
nenhuma palavra pode ser escrita
nenhuma sílaba permanece na aridez das pedras
ou se expande pelo corpo estendido
no quarto do zinabre e do álcool - pernoita-se

onde se pode - num vocábulo reduzido e
obesessivo - até que o relâmpago fulmine a língua
e nada mais se consiga ouvir

apesar de tudo
continuamos a repetir os gestos e a beber
a serenidade da seiva - vamos pela febre
dos cedros acima - até que tocamos o místico
arbusto estelar
e
o mistério da luz fustiga-nos os olhos
numa euforia torrencial

in horto de incêndio, al berto

novembro 10, 2004

dans une autre vie...



in scorbut, autor Manu Chao

novembro 09, 2004

arrastando o seu cadáver



É demencial
Não há palavras que consigam dizer o horror
Vi um pobre homem agarrado ao que restava da sua mulher
Errando pela baixa
Os olhos fixos num horizonte perdido
Sem uma palavra
Sem um som
Arrastando a carcassa desfigurada por entre o trânsito do fim da tarde
Passei sem conseguir dizer nada

Ninguém dizia nada O silêncio
Acompanhava o olhar vazio A dor

A vaguear por entre as ruínas e o trânsito do fim da tarde
As pessoas apressavam-se por causa do cair da noite
E o pobre homem seguia um destino sem rumo
Arrastando o seu cadáver
E o pobre homem
Seguia um destino sem rumo
Arrastando o seu cadáver

Ninguém dizia nada O silêncio
Acompanhava o olhar vazio A dor

mão morta

foto retirada daqui.
\ao som de... arrastando o seu cadáver, mão morta/

novembro 08, 2004


ouve o que a solidão te diz,
escuta-a com atenção...
define-a como se fosse apenas tua.
aprende sozinha. no escuro.
no escuro da solidão.
sorve as palavras de uma música. a tua música.
aprende com os sons.
o que eles te dizem?
verte uma lágrima... a lua não te espreita,
procura-a noite dentro,
dentro de ti,
na solidão do teu quarto...
na escuridão do teu ser.
tenta compreender-te,
como se não te conhecesses .
mergulha na realidade...
e acorda
da solidão
em que te tornaste.

\inevitavelmente ao som de i might be wrong, radiohead.amnesiac/

novembro 07, 2004

(...)
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
(...)

Álvaro de Campos, Poema em linha recta

\contrasenso... som de fundo... morning bell, radiohead/
spinning plates radiohead

while you make pretty speeches
i'm being cut to shreds
you feed me to the lions
a delicate balance

and this just feels like spinning plates
i'm living in cloud cuckoo land
and this just feels like spinning plates
my body is floating down the muddy river
Porque é que um sono agita
em vez de repousar
o que em mim a alma habita
e a não faz descansar?
Fernando Pessoa


\som de fundo... like spinning plates, radiohead/

novembro 06, 2004

Pluto

Já o tenho... o album dos Pluto... e, muito sinceramente, enche-me as medidas! espectacular! bem à maneira de manel cruz, e a fazer lembrar os saudosos ornatos. espero não seja apenas 'só mais um começo' e que venham para partir a loiça toda! que tenham tanto ou mais sucessos que os ornatos e, que nos presenteiem com mais albuns. que este (que já é *.¨* 5 estrelas *¨.* ), seja o mais fraco! :D
obrigada PLUTO!!!

Esta foto foi gentilmente roubada daqui.

Só mais um começo

Estamos de volta ao teu bom humor
Sempre essa ideia na mente
É para lembrar o motivo
É que hoje eu sinto-me vivo
E seja porque motivo for

É só mais um começo com teus dentes no chão

Sempre na mira de um bom amor
Guarda essa ideia na mente
E esquece qualquer aviso
Um dia sendo preciso
Voltas para que desejo for

É só mais um começo
Com teus dentes no chão

Vamos levando até quando for desejo do desejo
Vai dizendo hoje eu vejo que amanhã é a maior mentira
Eu não sei o que eu quero e é por isso que eu procuro


Pluto, Bom Dia

novembro 04, 2004

Tudo o que faço ou medito
fica sempre na metade
querendo, quero o infinito
fazendo, nada é verdade

Fernando Pessoa

'cause you're the truth not i...



Twenty Years

There are twenty years to go,
And twenty ways to know,
Who will wear,
Who will wear the hat.

There are twenty years to go,
The best of all I hope,
Enjoy the ride,
The medicine show.

And them's the breaks,
For we designer fakes,
We need to concentrate,
On more than meets the eye.

There are twenty years to go,
The faithful and the low,
The best of starts,
The broken heart, the stone.

There are twenty years to go,
The punchdrunk and the blow,
The worst of starts,
The mercy part, the phone.

And them's the breaks,
For we designer fakes,
We need to concentrate,
On more than meets the eye.

And them's the breaks,
For we designer fakes,
But it's you I take,
Because you're the truth not I.

There are twenty years to go,
A golden age I know,
But all will pass,
And end too fast you know.

There are twenty years to go,
And many friends I hope,
Though some may hold the rose,
Some hold the rope.


That's the end,
And that's the start of it.
That's the whole,
And that's the part of it.
That's the high,
And that's the heart of it.
That's the long,
And that's the short of it.
That's the best,
And that's the test in it.
That's the doubt,
The doubt, the trust in it.
That's the sight,
And that's the sound of it.
That's the gift,
And that's the trick in it.

You're the truth Not I.
You're the truth not I.
You're the truth not I.
You're the truth not I.
You're the truth not I.
You're the truth not I.
You're the truth not I.
You're the truth not I.


Placebo

novembro 03, 2004

solidão...

Não se pode fazer nada sem a solidão.
Pablo Picasso

\som de fundo... where boys fear to tread, smasing pumpkins/

novembro 02, 2004

saudade...

"as saudades que eu já tinha d[est]a minha alegre casinha tão modesta quanto eu..." :)

pois é... já há algum tempo que ando longe desta minha casinha... e que saudades... :) mas estou de volta, pronta para blogar. e, nem de propósito...
por falar em Xutos... ainda não falei aqui do concerto espectacular que os Xutos deram, no dia 9 do passado mês, no Pavilhão Atlântico, na comemoração dos seus 25 anos! PARABÉNS XUTOS!!! venham mais 25! :D




então aqui ficam algumas fotos do concerto...


Xutos, Pav. Atlântico, 9 Out'04


Xutos, Pav. Atlântico, 9 Out'04


Xutos, Pav. Atlântico, 9 Out'04
ai, meu amor... o que eu já chorei por ti...
LINDO, LINDO!!!!